Em débito com a morte pela minha falha em não cumprir com a minha promessa, Cidade Miserável está a beira do precipício e essa sensação é viciante.. um dia muito mais denso do que o comum e mesmo sem qualquer motivo aparente eu me sinto pressionado e ofegante.. algo está errado na ordem natural das coisas e eu sei que sou eu e minha existência hedionda. Um câncer maldito que deve ser erradicado em radioterapia intensiva... eu sou um pecado em forma humana.
Minhas mãos tremem se negando a acreditar que eu ainda teimo em não desistir.
Meu corpo não é vazio pois eu sou cheio de tristezas e arrependimentos, e o ônibus que eu subi me leva pra onde eu preciso estar mas não aonde eu queria chegar.. esses ruídos infames dessa cidade cinzenta e sem alma não param nem em respeito por aqueles que querem saborear o gosto da paz de espírito nem que fosse por 5 meros segundos.
Eu quase consegui me acalmar e escapar dessa tempestade mas então eu notei que aqui é minha morada e que eu sou um sobrevivente que não quer mais sobreviver.
Minha percepção do tempo fica desregulada e tudo fica muito rápido, muito mais denso do que eu posso aguentar.
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