segunda-feira, 21 de maio de 2018

Segundas feiras são cruéis

Se eu descidir misturar todo essa culpa visceral, essa angustia, até as promessas faladas e toda a vontade de ir embora... nunca mais mentir, nem respirar, nem seguir, nem incomodar, se me rastejar para bem longe, para o pico dos meus medos
Se eu colocar dessa forma, você entenderá?

Como as coisas chegaram a isso?
Quando foi que eu comecei a amar tanto a dor?

Eu sei que estou certo, esse maldito buraco no peito tem me incomodado tanto.. só quero apaziguar essa turbulência, não ter que sofrer escondido, quero aprender a chorar..
Quero gritar e cuspir meus erros, quero implorar por mais um suspiro ao seu lado, mais uma melodia em seu nome.

... essa não é uma história de amor entre um garoto e uma garota, essa é a minha história sobre a minha luta diária contra a morte.

Estamos entrelaçados, lado a lado, sou prisioneiro de suas vontades, e eu me aproveito dessa dopamina, essa dinâmica surreal que temos.. mas eu sei que ela vai me consumir, sei que ela quer que eu seja só dela.
Ultimamente ela não quer me dividir com mais ninguém, ela tem me sussurrado toda santa noite que me quer só pra ela pra todo sempre.

E ela sabe que eu quero isso também.

Quando estou sozinho é quando é mais perigoso... e eu tenho me sentido sozinho a maior parte do tempo. Isso aqui não é um drama adolescente.. eu sei bem que eu vou perder esse cabo de guerra em algum momento... ela me conhece tão bem que me assusta... As memórias se tornam confusas, as minhas vontades viram poeira quando ela está por perto. Ela me abraça e mantém em seus braços e rouba minha vontade de viver. Ela sabe como me esquentar e me fazer me odiar ainda mais, e eu sei que eu gosto disso. E quando eu disso isso, eu digo de coração, eu prometi para ela que iria morrer aos 22 e agora ela está tão brava e tem me sufocado cobrando que eu cumpra minha promessa.

Sou apenas uma criança com um venda nos olhos buscando por um sentido na vida, cansado mesmo depois de dormir 12 horas, eu tomo meu café com leite, tenho o sangue imoral correndo em minhas veia e eu estou esperando por um Outono mais esperançoso, esperando que o Senhor que uma vez foi crucificado me odeie também. Eu não sei explicar como é esse ódio... meus caros, ele é a minha sombra.. em momentos está me apagando e outros é pequeno. Meu ódio é a minha sombra. Eu me odeio... Estou no trânsito enquanto escrevo isso, eu vejo o céu azul e as pessoas de terno, prédios tentando beijar o céu e o meu reflexo com um semblante vazio.

Meu coração implora pelo fim disso, e as vezes eu até admito que quero ajuda, eu estou trancado num mundo sem cores e sem sabores, sem tesão e sem paixão.. Quando estou no meu momento mais fraco eu venho aqui buscar conselhos dos anjos que querem que eu morra, eles cantam melodias perfeitas sobre suicídio, eles até me mostraram um prédio com 70 metros de queda livre e fácil acesso.. Cristo, nosso senhor, eu sou um câncer na vida das pessoas, eu sou impuro e meu sangue é amaldiçoado pelos meus pecados, minha pele foi desenhada para ser rasgada, minha mente foi forjada para resguardar toda essa culpa e todo esse arrependimento.. Minha postura foi feita pra carregar todo o ódio, e minha vista foi feita para destilar toda a dor em mim.

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