terça-feira, 10 de março de 2020

Um novo texto onde não escrevo nada de novo.

Todas as palavras soam desafinadas e os pensamentos estão distorcidos.. todo o caos se calou e tudo que resta é o silêncio ensurdecedor. Tão distante de tudo que eu queria, tão apagado de quem eu era.
Quando as primeiras gotas da chuva me acertam eu sinto que tudo se torna ainda mais pesado, ainda mais complicado.

Sou inverno em pleno verão... eu sou tristeza durante um sorriso, e tudo que me resta hoje é escrever neste lugar abandonado até que a vontade de cair nos trilhos vá embora... mas o problema é que essa vontade sempre volta.
Estou atrasado, novamente, estou correndo contra o destino... eu estou ficando sem tempo, sem alternativas.

Estou acuado, perdendo meus sonhos um a um, e eu não posso fazer nada além de assistir os castelos de areia sendo destruídos por uma nova tempestade... e mesmo se eu usar todas as palavras do meu vocabulário ainda não será o suficiente.

Eu acordei violentamente confuso após ter um pesadelo onde eu aprendia a sorrir e ser feliz, uma sensação nova genuinamente honesta e pura.. mas eu não posso alcançar a saída desta floresta tropical, estou sendo caçado pelas Onças...devo buscar ajuda? Devo tentar me ajudar? Devo desistir?
O medo que aperta meu peito não é o vazio que aflinge meu âmago, a dor que eu sinto quando estou sorrindo não é o motivo de eu me esconder atrás dessas mentiras... eu escutei tudo o que podia ser dito, eu quebrei todos os caminhos de redenção...

Eu vivo em tempos difíceis faz muito mais tempo do que eu aguento ...tão gentilmente fragilizado pelas memórias de uma infância que se tornou meu mártir. Quero ver vocês ficarem quando eu estiver no meu pior momento, quero ver quem vai me dar a mão quando eu dar meu último adeus.
Se esqueçam da minha voz, queimem as lembranças e apaguem as fotos.

Me odeiem.

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