Sem sentido

Olá, boa tarde, agora são exatamente 12 horas e 51 minutos. O mundo inteiro se torna ainda mais silencioso quando eu preciso de ajuda, meu reflexo está desaparecendo e meu tato está com defeito, meu paladar está falhando. Estou atrasado novamente para o trabalho e estou correndo para chegar no horário mesmo que sabendo que qualquer dia desses eu vou me matar na linha do metrô... qual o sentido disso?

Talvez esperar por ajuda seja apenas besteira da minha parte, a empatia humana não se aplica aos pecadores como eu, podem anotar motivo da minha morte será: ódio por si mesmo.

A vida é muito maior do que eu posso ver, os segundos passam sem que eu saiba como reagir.. eu quero ter escolha... todos os cantos deste coração tristonho estão sedentos por novos ares/mudança de direção.
Os negócios estão precários e as horas do dia demoram ainda mais para passar.

Quem sou eu?

2 meses que eu descobri o que é o verdadeiro desespero.

Todos os dias eu venço uma batalha interminável, sou um soldado na linha de frente na situação mais perigosa possível.

Se eu perder eu me mato.

Tudo o que me sustenta é ver nossas fotos, ver os vídeos de um passado que parece tão distante agora... eu nunca imaginei que o tempo passaria tão rápido... eu ainda me lembro como se fosse ontem.. a pior ligação da minha vida, o momento onde eu descobri o verdadeiro desespero.

É nesses momentos onde sua voz e seu abraço mais fazem falta, quando a saudade e a dor ocupam todo o meu coração..

Hoje completam 2 meses que meu maior medo se tornou realidade...
Eu não sei o que fazer e nem como viver desde o dia 11 de Janeiro de 2020, todos os dias são simplesmente cinzas. Todas as noites eu vou dormir desejando nunca mais acordar e todos as manhãs eu acordo decepcionado, eu quero morrer e  breve eu finamente irei...

Foi como estar no olho do furacão, todo o sentido foi destruído, e eu chorei... chorei até secar minhas lágrimas.

Tudo o que sobrou foi o amor e as lembranças.

O jantar está servido

Me distanciou ao me prender numa jaula, meus ossos doem como nunca, eu só queria saber se eu ainda sou capaz de me amar.
O jantar está servido e o prato principal é remorso temperado com melancolia e uma pitada de ódio.
Eu me perco tentando dormir.. tentando sonhar.

Eu existo, mas eu sei que não deveria.

Talvez seja verdade, talvez não... eu não tenho nem como mensurar o tamanho do fardo que eu tenho em meus ombros, e novamente de pé de frente pro abismo, nada disso me assusta.
... caminhando eu passo por diversos fiéis ajoelhados implorando por uma direção.. eu só quero paz.

Quero silenciar essa dor.

Eu tento buscar motivos para não acabar com isso, tento encontrar maneiras de convencer a vencer.. mas tenho que admitir que é tudo em vão.
Eu estou aqui, de pé, lutando com todas as minhas forças!!
...Eu sei que essa é uma guerra que eu vou perder, eu posso vencer as batalhas mas é impossível vencer essa guerra.. eu sou apenas um suicídio ainda não realizado.

Eu quero morrer.

Me agarro aos meus sonhos infantis que morreram aos passar dos anos, outra noite, outro vagão de trem tudo muda mas nada nunca realmente muda.
Eu sou um lixo. Sou um pecado que deve ser erradicado.
Vivo todos os meus dias le equilibrando na corda bamba, me esforçando para me manter aqui...

Um novo texto onde não escrevo nada de novo.

Todas as palavras soam desafinadas e os pensamentos estão distorcidos.. todo o caos se calou e tudo que resta é o silêncio ensurdecedor. Tão distante de tudo que eu queria, tão apagado de quem eu era.
Quando as primeiras gotas da chuva me acertam eu sinto que tudo se torna ainda mais pesado, ainda mais complicado.

Sou inverno em pleno verão... eu sou tristeza durante um sorriso, e tudo que me resta hoje é escrever neste lugar abandonado até que a vontade de cair nos trilhos vá embora... mas o problema é que essa vontade sempre volta.
Estou atrasado, novamente, estou correndo contra o destino... eu estou ficando sem tempo, sem alternativas.

Estou acuado, perdendo meus sonhos um a um, e eu não posso fazer nada além de assistir os castelos de areia sendo destruídos por uma nova tempestade... e mesmo se eu usar todas as palavras do meu vocabulário ainda não será o suficiente.

Eu acordei violentamente confuso após ter um pesadelo onde eu aprendia a sorrir e ser feliz, uma sensação nova genuinamente honesta e pura.. mas eu não posso alcançar a saída desta floresta tropical, estou sendo caçado pelas Onças...devo buscar ajuda? Devo tentar me ajudar? Devo desistir?
O medo que aperta meu peito não é o vazio que aflinge meu âmago, a dor que eu sinto quando estou sorrindo não é o motivo de eu me esconder atrás dessas mentiras... eu escutei tudo o que podia ser dito, eu quebrei todos os caminhos de redenção...

Eu vivo em tempos difíceis faz muito mais tempo do que eu aguento ...tão gentilmente fragilizado pelas memórias de uma infância que se tornou meu mártir. Quero ver vocês ficarem quando eu estiver no meu pior momento, quero ver quem vai me dar a mão quando eu dar meu último adeus.
Se esqueçam da minha voz, queimem as lembranças e apaguem as fotos.

Me odeiem.