terça-feira, 13 de agosto de 2019

Uma nova velha artimanha

Me liberte dessas correntes hipócritas, eu sou réu e fui condenado a sentença de morte por nunca ter lhe falado a verdade. E tudo o que me mantém firme no chão são essas mentiras que eu construí tão bem... O abismo nunca me assutou e o conceito do fim é o que mais me atraí..

O azul do céu me ensinou o quão tolo eu sou.. eu falhei em todos os dias em que estive vivo.
A resolução dos meus passos e a descrença das minhas palavras. A vergonha das vezes que eu não fui sincero.. o deserto infértil que é a minha mente agoniza com a reflexão de uma vida de remorsos.. eu enchi um oceano inteiro apenas de remorsos.
Milhões de palavras que não fui capaz de dizer, mais uma vez, fui pego em meio a uma tempestade... Suicídio é uma nova velha artimanha.

Eu perco o fôlego pois estou correndo em direção aos monstros que juraram me protejer quando eu quisesse ser feliz, estou me olhando no espelho e eu não reconheço mais rosto que eu vejo, desde quando eu tenho tantas olheiras? Desde quando meu sorriso se tornou tão acinzentado?

Eu vivo na floresta tropical onde as Onças não são nada além da caça dos amargurados e os amigos são aqueles que sorriem enquanto te humilham, todas essas paredes que estão a minha volta foram construídas com o passar do tempo, lentamente... tijolo por tijolo, para me afastar de tudo que me faz sorrir. Eu estou petrificado pelo veneno das aranhas que me perseguem quando eu tento sair daqui.
Eu sei que eu quero sair desse lugar, mas eu estou preso, eu costumava a ter o controle das coisas.. eu tinha a chave, mas eu a joguei longe, eu me tranquei e estou satisfeito em poder jantar mais um prato de remorsos.

Canções sobre o suicídio ecoam por todos os bairros deste meu coração tristonho, a distância das minhas palavras... as atitudes que tomei para me afastar.. novamente eu estou jogando minhas tolas orações neste bloco de notas eletrônico, orando por um amanhã eterno. E eu sinto minhas falhas me rodearem, tudo o que quero é segurança pública do meu estado mental, eu continuo escondendo meus sentimentos, eu continuo sendo sincero. Os vagões estão todos alinhados prontamente preparados para o grande evento fatal, todos os sistemas estão em sincronia perfeita para o grande ato.

Cicatrizes causadas por milhares de minas terrestres em que eu pisei tentando ativar o gatilho para me finalmente ter paz.. e pela abstinência de saudade eu me entorpeci com substâncias mágicas. A realidade é massiva, e esse buquê de flores mortas de um lindo arranjo fúnebre... estou me rastejando para o olho desta tempestade, buscando pelas verdades que eu evitei toda a minha vida, eu sou consumido lentamente por essa insegurança tão nostálgica, os medos me confundem e me distraem do quem sou... eu me traí quando eu decidi tentar ser feliz, e agora o destino está furioso comigo por agir desta forma. Eu sou um pecador que deve ser torturado, eu sou um câncer que deve ser erradicado, eu estou esperando Deus me explodir e me condenar pela eternidade.

Minha sombra está assustada com meus passos, meu lábios estão sem forças... Não foi assim que eu imaginei que seria a minha vida... mas sinceramente eu não quero saber qual será a cor do céu de amanhã, não quero sentir o sabor do ar de um novo dia.

Todo dia, um passo de cada vez.

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