Descendo, caindo, me afundando, andando em círculos, parado no mesmo lugar... Erros e acertos, sozinho ou acompanhado por minha sombra, onde palavras não são, e atos são apenas ilusão, num castelo de areia, com um sonho de barro, num deserto infértil, eu sonhei que eu sangrava também, que eu sentia também... Perdendo a consciência, caindo, em círculos, parado, cansado... Então eu disse, fique longe, durma calmamente, imagino a sua face, desenhada na neve, estranho é não saber quem tu és, não mais... e o tempo todo, eu tentei, juro que tentei, não deixar essa sensação ruim... me pegar.
Palavras e mais palavras, eu nasci para isto, ainda estou correndo atrás de algo invisível, impossível, eu escolho nunca acordar deste sonho que é viver sem medo de morrer... Pense na verdade e no que eu nunca te disse, minha alma clama por mais, por paz, e neste tempo todo eu nunca tentei vencer esta sensação ruim... eu falhei.
Erros e mais erros, eu fui moldado por ti, continuo parado esperando por algo desconhecido, querido, mas por dentro, sei que minha alma clama por mais, por muito mais, e eu escolho nunca acordar deste horrível pesadelo que é viver sem temer a morte....
Viver é fácil, ser feliz já nem tanto...
Morrer é fácil, continuar vivo já nem tanto.
Dominado pela incerteza, e pelas ondas sonoras que corroem minha alma, eu sofri por ti, eu vivi por ti, mas a quem eu me refiro? Por quem eu grito? Por que eu ainda espero?
47 minutos, segundos, milésimos, anos, dias, décadas me perdendo por alguém que nem existe, pegando qualquer oportunidade que me faça lembrar da sua face, do seu toque, fugindo das minhas últimas memórias, me desdobrando pra me perdoar, sem mais tempo... Me perdendo em suas lembranças, seus sorrisos, sem saída, a única forma que tenho pra me lembrar de você é um sonho que tive quando você partiu.
A melodia que me inspira não diz algo lógico, exatamente iguais a estas minhas palavras, ambos estamos sussurrando nossas dores aos ventos... quando eu perdi a minha alma em você, eu me assustei com palavras lindas aleatórias, como posso imaginar suas emoções me alcançando? ...teorias, sussurros e gritos, minhas mãos estão diante de ti, me ajude a sair daqui, não consigo ver a maldade me corroendo, até eu acabei, o tempo parece correr mesmo estando parado.... Estive cansado, e me perguntando o por quê... eu precisei morrer e renascer para superar algo que nunca aconteceu, meu sussurro chorado não alcança este tal 'Deus', minha face mostra confiança mas minha alma mostra que sou apenas uma simples criança... e o meu cobertor era a escada.
"Como eles sabem?" Sem nenhuma resposta eu volto pra debaixo da escada, vejo-os correndo e me aconchego com areia molhada... "Como eles aprendem?" ...sem nunca ter amado antes, sem nenhum pedaço de bondade.. e a areia continua molhada, e a lua brilha no céu.
Nas sombras, envolvido por elas, perdido nelas, perturbado por elas, amado por elas, sombras me dizem o que não quero ouvir, o que não devo sentir, com as sombras ninguém é culpado de me matar, eu venci as sombras que me traziam o horror e perdi as sombras que me deram amor, nas sombras as montanhas não são brancas, eu tentei desfigurar quem mais amei, ohhh, ninguém pode ir até onde eu fui... sombras... isto acabou, na minha mente eu morri/apodreci, sem você as sombras me dominaram, e agora somos um só, eu tentei descobrir quem sou e o que sou, mas com essas sombras sinto que não preciso mais de respostas ou perguntas, aqui nas sombras nada muda de lugar, nada se vai, rodeado por incertezas, pois isto acabou do meu jeito (do jeito das sombras).
48 maneiras de nunca mais parar de escrever, eu me perdi no sentido do tempo, tentei olhar para o céu, para a minha alma mas não há nada lá... eu sofri por ter lutado a toa, olhei para o céu e não havia nada lá... Onde foram as estrelas? Precisamos mudar, gritar, ver o amanhã, não estamos sozinhos... eu me perdi no olhar de tristeza que me dizia claramente algo indescritível, imperceptível, "fuja, ou tente salvar a si mesmo" foi o que eu senti, mas até onde os meus sussurros podem chegar? O amanhã pode ser tão belo, tão puro, triste e incerto.
E o silêncio é esmagado pela minha tristeza, pelas minhas lágrimas, pelos meus sussurros e também pelos meus gritos que saem falhos.
Algumas vezes eu fico meio pra cabisbaixo, mas nem todas as vezes eu realmente pra baixo, linhas tortas contraditórias comprovam isso...Eu não posso voltar, não mais...
Algumas vezes, eu me lembro de sorrisos que nunca vi antes e que nunca mais verei, ohh, não importa qual o meu nome, o que vale é que algumas vezes meu coração ama, mas nem em todas vezes ele reclama por isto... Quando eu voltar, não me espere mais...
Algumas vezes eu me lembro do que vivi e também daquilo que nunca viverei, ohh, palavras secas, verdades sem sentido, mentiras bondosas, algumas vezes elas machucam, algumas vezes não, nem em todas vezes eu fui bondoso, em todas as vezes fui sincero, algumas vezes eu tentei não morrer, mas agora, o tempo não importa pois eu já morri, algumas vezes eu tentei morrer, mas não importa, pois agora eu já morri.
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