...insegurança veio me abraçar, foi demorado e caloroso ao mesmo tempo que foi desesperador, um novo velho tormento está girando.
Aonde estão os freios?
Todo o limite, todas as fibras do meu corpo estão pedindo para eu acidentalmente cair nos trilhos do metrô.
É muito arriscado andar pelas ruas quando eu estou me sentindo assim, mas não há como evitar.. o mundo não vai me esperar enquanto eu estiver estagnado.
Os anos e os planos futuros não fazem a menor diferença quando o que me mais me atraí são estes malditos pensamentos auto destrutivos...
Aqueles sonhos medonhos voltaram.. aqueles Anjos deformados e sombrios, eles conspiram com sussurros e risos maléficos.. eles me rondam com uma maldade genuína e sincera, eles cantam canções desafinadas e macabras...
Outra estação, outro dia onde eu quero acabar com isso.
Devaneios aos montes, desavenças irritantes.. toda a libido fugiu protestando que não consegue mais cumprir seus deveres por falta de mantimentos e suprimentos necessários para completar seu dever e eu não a culpo pois eu também me sinto assim, os sentidos se tornam opostos e os pensamentos colidem em contradição, todo o fervor da juventude apagou, essa tempestade conseguiu me derrubar e me fazer desistir de continuar.. as lágrimas caem como exércitos marchando em glória heroicamente em direção ao suicídio. As pernas perdem as forças e o choro perde o controle do volume, soluços atrapalham a sincronia do auge do desespero... chegou a hora de sair do banho, tento e devo me recompor o mais rápido possível sem deixar quaiquer resquícios de fragilidade, um sorriso muito distante do ideal se esboça.. outro banho normal acabou.
E mesmo vivo eu continuo querendo morrer, uma angústia que alerta que esgou em perigo, uma dor que eu não consigo superar, um amargo que tirou todo o sabor de viver..
O meu medo de altura nunca me impediu de querer cair, o meu medo de agulhas nunca me impediu da vontade de tentar, o medo do escuro nunca me impediu de... eu me salvo todos os dias quando eu decido viver o amanhã, e só eu sei que eu estou perdendo, ninguém percebeu, todos os sinais estão todos aqui, somente eu sei.
Coisas estranhas acontecem o tempo todo, espalhadas aleatoriamente sem sentido algum... e eu sou uma delas. O acaso de continuar, sentir os meus pulmões doerem, a insatisfação genuína...